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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Escritores...Os nossos!

Fábula electrónica


No tempo em que os animais falavam não havia electrodomésticos. Nem sequer luz eléctrica! Porém, os tempos mudaram e, hoje, há muitos…há até os chamados electrodomésticos inteligentes! Diríamos que só lhes falta falar!
Estes, sobre quem vamos contar a história, falam mesmo. Vivem todos numa casa moderna e muito sofisticada…Certa noite, enquanto quase todos os electrodomésticos dormiam, ainda a máquina de lavar roupa trabalhava! E pôs-se a reclamar:
- Estes humanos programam-me para lavar a roupa à noite…que injustiça! Nem sequer tenho tempo para tirar uma soneca! – desabafava ela.
De repente, toca o telemóvel. O som fazia lembrar uma música de embalar e a máquina pensou para consigo:
“- Só me faltava esta! E eu com tanto sono…”- bocejou ela, muito cansada…
Na manhã seguinte, quando a empregada ia tirar a roupa para pôr na máquina de secar, reparou que a roupa não estava lavada e que a máquina estava com problemas. Rapidamente, comunicou aos donos o que tinha acontecido. Eles disseram:
- Não faz mal. Compramos uma nova e mais económica.
Entretanto, na cozinha, já se sabia a última notícia. O aspirador passou a mensagem.
- Não acredito! - exclamou a Delta Q.
- É verdade! Eu sei de tudo porque ando de um lado para o outro a aspirar o pó e ouvi a conversa.
A confusão instalou-se. Todos tinham um carinho especial pela máquina porque ela era o electrodoméstico mais antigo e mais simpático de todos.
- Parem todos! – gritou o aspirador- Temos que ajudar a nossa amiga e impedir que ela seja a próxima a ir para a arrecadação, no fundo do jardim.
Naquele momento, já lá estavam todos os electrodomésticos da casa, cada um com uma ideia diferente. O computador sugeriu:
- Eu envio um e-mail ao Magalhães a falar do Projecto Escola Electrão ! Assim o Afonso poderá mostrar aos pais outro destino para a máquina.
- Boa! – disseram o frigorífico e a batedeira, em simultâneo.
À noite, o menino depois de já ter lido o e-mail explicou aos pais tudo sobre o projecto “Escola-Electrão”. Os pais dele acharam uma excelente ideia…aproveitaram e limparam toda a arrecadação, pois levaram os electrodomésticos que aí se encontravam para a E.B.2,3 de Montelongo, sabendo que estavam a contribuir para um ambiente melhor!
Esta história mostra-nos que a união faz a força e que é muito fácil ajudar o ambiente de todos nós!


A turma D do 5ºano

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Poema da Quinzena

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.



Sophia de Mello Breyner Andresen

Escritores... Os nossos!

Conto de Natal


Mafalda é uma menina de dez anos, franzina, com longos cabelos loiros, olhos grandes, castanhos e cheios de vivacidade! Sentia-se muito feliz, pois tinha recebido muito amor, carinho, dedicação, afabilidade e compreensão de todos quanto a rodeavam.
Esta criança tinha nascido em berço de ouro. Sua família era muito rica e poderosa. Desde bebé nunca lhe tinha faltado o olhar e cuidados atentos das suas empregadas domésticas. Aos três anos foi matriculada num dos mais prestigiados colégios particulares e aí convivia com crianças de elevado nível social. Em todas as festas de aniversário, Mafalda recebia belos e valiosos presentes, tanto dos seus familiares como dos amigos convidados. Na festa de Natal, havia sempre debaixo da árvore tudo quanto havia pedido ao Pai Natal; por tudo isto imaginava que a vida era assim para todas as crianças.
Nas férias do último Natal, numa noite fria, os pais resolveram levar Mafalda ao cinema, o que acontecia com muita frequência! Mas este filme foi diferente…Era um filme que tinha sido rodado num país pobre, em que os seus habitantes tinham muitas carências a nível social e económico. As famílias eram numerosas, às crianças quase tudo lhes faltava. Não tinham assistência médica, a alimentação era muito desequilibrada, começavam a trabalhar em tenra idade, desde o amanhecer até ao sol se pôr, não tendo tempo para brincar!
Mafalda regressou a casa muito pensativa. Naquela noite, não conseguiu dormir pensando naquelas crianças a quem tudo faltava, tendo ela tudo com tanta abundância!
Aproximava-se o Natal. Era tradicional Mafalda escrever uma carta ao Pai Natal pedindo-lhe vários presentes. Mas desta vez, Mafalda não desejou apenas isso…Pediu-lhe encarecidamente que a transportasse no seu trenó puxado pelas encantadoras renas, para poder dar um presente a cada criança do Mundo.
Mafalda esperou impaciente pelo grande dia!
Na noite de Natal, em casa de Mafalda reinava uma grande algazarra e alegria como era costume. Mas a criança estava diferente, todos lhe perguntavam o que se passava, ela referia que estava apenas com sono e dirigiu-se para o seu quarto, logo depois do jantar.
Olhando para a janela com tristeza, pensando que o Pai Natal não lhe poderia conceder o seu desejo, observou uma estrela muito brilhante a aproximar-se … era a estrela guia do Pai Natal.
A estrela disse:
-Vamos, o Pai Natal está à tua espera!
A criança saltou pela janela como se estivesse num sonho. Sentou-se ao lado do Pai Natal e as renas começaram a sua viagem pelo céu.
-Esta noite temos muito trabalho! -disse o Pai Natal.
-Muito trabalho? -perguntou a menina.
-Sim, vamos dar um presente a cada criança do mundo.
Juntos atravessaram oceanos e continentes, viram crianças a brincar na praia e outras a brincar na neve, umas a viver em cabanas, outras em arranha-céus. Mas conseguiram deixar um brinquedo e ver um sorriso em cada uma delas.
No dia seguinte, Mafalda acordou no seu quarto, foi a correr para junto da árvore de natal e tinha um único presente! No fundo de uma caixa, um bilhete que dizia:
-“Obrigado pela ajuda!”


Beatriz Borges, 5ºD